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O contrabandista carregando o seu macuto, a mochila, e o emigrante de, mala aviada, saindo pela linha da Beira Alta, em direcção a França, são hoje as marcas dos últimos tempos desta freguesia da raia que é Foios.
Esta freguesia do concelho do Sabugal, com 25 quilómetros quadrados de superfície e 362 habitantes, tem a origem do seu nome nas armadilhar feitas para apanhar lobos, segundo a Wikipédia.
Na visão do nosso entrevistado, José Manuel Campos, que aqui foi professor e presidente de junta durante cerca de 30 anos, a origem do nome tem a ver com o fabrico do carvão que se fazia por estas bandas. Foios seriam as covas onde se queimava o carvão. Nos dois casos, parece ser consensual que a palavra foios deriva de fojos, em que o j deu lugar ao i.
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Foios é uma aldeia recente. Contará cerca de três séculos.
Rapidamente passou de um subdesenvolvimento para um progresso em que um lar de idosos e um moderno centro cívico, com um bem equipado auditório e posto médico, se destacam.
Este edifício adoptou o nome de Centro Cívico Nascente do Côa e, a este propósito, uma das salas é dedicada ao Museu de Arte e Arqueologia do Vale do Côa que foi construído em Vila Nova de Foz Côa.
O visitante pode também aqui encontrar algumas peças ligadas aos trabalhos agrícolas e ao fabrico artesanal de queijo de cabra.
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O largo onde se encontra o centro cívico de Foios é o local que, em Agosto, se transforma num campo de tourada onde se faz a capeia, um espectáculo taurino típico nestas aldeia raianas.
Numa pedra, trabalhada em baixo relevo, que se pode ver no local, ali está o touro e o célebre forcão feito, em paus de carvalho, que os rapazes da terra vão buscar a Naves Frias por obsequio do amigo alcaide.
Com este gigantesco artefacto, o grupo de rapazes, enfrenta as investidas do touro para alegria das muitas centenas de pessoas que em Agosto trazem outra vida e outro movimento à aldeia.
Foios está geminada com a povoação de Eljas que fica do outro lado da fronteira. Durante o ano, são muitos os momentos de convívio entre as gentes raianas de Portugal e Espanha. No próximo dia 8, realiza-se no largo principal de Foios, um grande magusto com os de Foios a dar as castanhas e os de Eljas a trazer o vinho.
Na véspera, umas jornadas micológicas distinguem os cogumelos silvestres que nesta época se vão também encontrando por aqui.
Depois de nos falar da sua terra e dos tempos difíceis no passado recente da sua gente, o amigo José Manuel Campos vai continuar com o auditório da Rádio Lafões para, na próxima semana, nos falar de contrabando, de contrabandistas e da emigração a salto.
Fotos: Alcides Riquito