Quem vai de S. Pedro do Sul para o Porto, pela antiga estrada da serra, ao deixar Santa Cruz da Trapa, vê nas profundezas do verde escuro do vale, do lado esquerdo, o imponente edifício do Mosteiro de São Cristóvão de Lafões.
Fundado no século XII, no tempo do nosso primeiro rei, o mosteiro permaneceu na Ordem de Cister até 1834, altura da sua extinção.
Vendido, em hasta pública, passou por vários mãos e foi-se degradando progressivamente.
Em 1982, o Professor Doutor Walter Osswald adquiriu-o e fez então, a partir do que restava, pouco mais que as paredes, cuidadosas restauro no respeito absoluto pelos espaços e ambientes anteriormente ocupados pelos monges.
Walter Osswald e a esposa Domingas acarinharam este empreendimento e estudaram, ao pormenor, a história do Mosteiro de São Cristóvão, bem assim como a vida dos monges de Cister.
É algum deste saber que nos vai guiar no próximo programa de O Som da Gente - que vai para o ar, pela antena da Rádio Lafões, no próximo domingo, 14 de Setembro, das 9 às 10 horas, com reposição na quinta-feira, 18, das onze à meia noite - numa interessante visita ao mosteiro e igreja de São Cristóvão de Lafões.
Depois de passarmos pelos claustros, antigos celeiros, agora salas de reuniões, pelo refeitório, visitámos a igreja, depois de termos atravessado o pátio do mosteiro a que propriamente se deve denominar de rossio.
Deixando a igreja onde está sepultado João Cirita, o primeiro abade, mitrado sem ser bispo, não precisamos de caminhar muito para irmos até ao largo do cruzeiro onde se encontra interessante pórtico com brasão.
Por aqui está ainda bem visível o aqueduto que abastecia o mosteiro, obra de arte a necessitar de recuperação e preservação.
Como o escreveram publicamente os actuais proprietários, o Mosteiro de São Cristóvão de Lafões é um legado que recuperaram do passado e entregaram, com dignidade, à gerações futuras.
Estamos certos que os vindouros lhes ficarão eternamente gratos.
Fotos: Alcides Riquito